Nos quatro primeiros meses deste ano, 313 acidentes de trânsito foram catalogados pela Polícia Militar Rodoviária nas estradas do oeste paulista. O número é 15,4% menor que o registrado no mesmo período de 2024, quando ocorreram 370 sinistros na região. O total de vítimas envolvidas também recuou 8%, ao ar de 309 para 284, na mesma comparação. No caso dos óbitos, foram 19 no primeiro quadrimestre do ano ado, contra 13 falecimentos nas rodovias, em 2025, uma redução de 31,5%.
O comandante da 2° Companhia de Polícia Rodoviária de Presidente Prudente, responsável por 1.530 quilômetros de estradas do oeste paulista, capitão Daniel Martins, revela que os principais sinistros registrados na região são as colisões traseiras e os choques. “Ambos notoriamente causados por desatenção ou excesso de confiança, na maioria das vezes. Portanto, no que pese não serem os tipos de sinistros que mais ocasionam mortes nas rodovias da região, são preocupantes os números registrados, por conta da imprudência dos motoristas”, avalia.
O capitão explica que um estudo foi feito pela companhia levando em conta todos os acidentes de 2024 que resultaram em mortes. “Foram registradas 56 vítimas fatais. Destes sinistros, 63% ocorreram em retas, ou seja, locais que, em tese, colaboram para uma maior segurança; em 90% dos casos o tempo era bom, não havia incidência de chuva e o pavimento estava seco; e, em 51,9% (28) dos casos, o suposto motorista causador do sinistro foi a vítima fatal”, revela.
Ainda segundo o comandante, em 63% (34) dos casos, o suposto motorista causador do sinistro residia até 25 quilômetros do local do sinistro; em 16,7% (9) dos casos, o suposto motorista causador do sinistro residia de 25 a 50 quilômetros do local do sinistro; por fim, em 20% (11) dos casos, o policial rodoviário conseguiu afirmar categoricamente que o suposto causador estava dirigindo sob influência de álcool, por diversos fatores constatados.
“São dados trazidos que nos preocupam, principalmente em relação aos motoristas da nossa região que, por bem conhecerem as vias, acabam abusando nas ações no veículo, tal como excedendo velocidade, dirigindo sob efeito de álcool ou mesmo qualquer outra atitude imprudente”, alerta Daniel. “A Polícia Rodoviária orienta a todos os condutores que atentem para o respeito às regras de trânsito. A atitude consciente e prudente no trânsito pode salvar a vida dos motoristas e demais que utilizam as rodovias”, complementa.
Especificamente neste mês, no qual o Observatório Nacional de Segurança Viária institui o Movimento Maio Amarelo, Daniel explica que há uma conjuntura de esforços ainda maior em prol da defesa da vida no trânsito, maximizando os atos de educação sobre o assunto, com palestras, atividades educativas nas rodovias e também ações de fiscalização.
“Nesta oportunidade, além da Polícia Rodoviária, órgãos como o Sest/Senat [Serviço Social do Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte], Semob [Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana], Defesa Civil, entre outros, além do DER [Departamento de Estradas de Rodagem] e concessionárias de rodovias, participam conjuntamente das ações”, exalta o capitão.
O comandante pontua, no entanto, que o policiamento rodoviário atua constantemente, ou seja, além das campanhas e atividades esporádicas, na fiscalização dos veículos e condutores em trechos estratégicos da região, a fim de potencializar a ação de presença, prevenindo e constatando infrações. “Paralelamente, atuamos em conjunto com o DER e as concessionárias de rodovias, com alinhamento de estratégias para maior e melhor segurança nas vias”, prossegue.
Segundo Daniel, o efetivo da Polícia Rodoviária precisa estar atento às demandas que surgem, adequando-se às necessidades que mais “sobrepujam” para a segurança viária. E, diante disso, desde o início de abril, uma nova sistemática de atendimento dos sinistros de trânsito sem vítima foi implantada. “Nestes casos, diante da informação de que não há interdição da via, envolvimento de veículos oficiais, ou que transportem produtos perigosos, entre outros, o policiamento rodoviário fará a orientação para que o cidadão registre o fato por intermédio da Delegacia Eletrônica, no site da SSP/SP [Secretaria de Estado da Segurança Pública], explica o capitão.
SAIBA MAIS
Trechos mais perigosos da região
O comandante da 2ª Companhia de Polícia Militar Rodoviária, sediada em Presidente Prudente e responsável por 1.530 quilômetros de estradas do oeste paulista, capitão Daniel Martins, alerta que os pontos mais perigosos na região, na qual os motoristas devem ter mais atenção, são os trechos de pista simples, que não possuem separação física central, tal como a Rodovia Júlio Budisk (SP-501). “Porém, é importante comentar que, apesar de termos em nossa região trechos com maior segurança, tais como as rodovias duplicadas, o número de sinistros é elevado entre Regente Feijó e Álvares Machado, na Rodovia Raposo Tavares (SP-270). Isso se deve ao fato de que, na maioria das vezes, os motoristas, por dirigirem em uma via que conhecem, relaxam na postura preventiva de segurança”, enfatiza.
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Daniel: “Motoristas da região, por bem conhecerem as vias, acabam abusando nas ações”