"Meu ado me condena" 3r635g

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COLUNA - DignaIdade 562e56

Data 13/08/2024
Horário 08:00

Um daqueles filmes hoje esquecidos, mas que contribuíram para romper barreiras na história do cinema: Meu ado Me Condena” (Victim). De produção inglesa, em preto e branco, de 1961, dirigido por Basil Dearden e estrelado por Dirk Bogarde, foi um dos pioneiros a falar sobre a homossexualidade masculina. Jack Barret (Peter McEnery) é preso pela polícia sob a acusação de ter furtado uma quantia de dinheiro da firma para a qual trabalhava. Com ele, as autoridades encontram um álbum de recortes de jornal sobre o advogado Melville Farr (Bogarde), profissional respeitado no meio jurídico e que está prestes a obter uma indicação para integrar o Conselho da Rainha. A investigação fará com que Farr se envolva numa rede de chantagistas contra homossexuais, o que era crime na época pela lei inglesa. A homossexualidade deixou de ser crime na Inglaterra apenas após 1967 e revela a brutalidade com que era encarada à época da produção. 
    
Presença da ausência 

Quando perdemos entes queridos, a dor mais profunda é não sentir mais a presença da pessoa em nossas vidas. Cada pequena situação cotidiana nos remete à pessoa que se foi, e a dor da ausência se perpetua. Tudo se modifica e perde cores: a ausência da pessoa na mesa da refeição, nas festas de família, em pequenas rotinas domésticas, nos pequenos e grandes momentos, nas dores e alegrias. A vivência do luto é dolorida com a ausência da pessoa que amamos ou convivíamos, faltam pedaços, tudo tem dificuldade de se encaixar. E esta sensação se aplica não apenas à morte, mas também a rupturas, separações e distanciamentos. A dor da ausência, no entanto, se eterniza, se cultivarmos tal sensação. A presença da ausência se cronifica no dia a dia, embalando tristemente a toada da vida. A presença da ausência pode ser sentida quanto algo está ausente, mas ainda nos afeta sensivelmente. Isto pode ser observado, quando permanecemos apegados a móveis, objetos, utensílios, ou quando não modificamos nada nos cômodos em que as pessoas habitavam, como se quiséssemos parar no tempo a existência dela. Como se a presença física pudesse ser sentida de alguma forma, com a perpetuação de cenários e hábitos, colocando pratos à mesa, mantendo rotinas que eram da pessoa ausente e não do ser sobrevivente. Esta insistência na manutenção de vestígios da pessoa, ao invés de rechear os dias com símbolos de sua presença, a cobrem com sombras da sua ausência nítida e perpetuada. Desapegar-se não é esquecer a pessoa amada, mas desapegar-se da dor. Deixar cicatrizar. É tarefa das mais difíceis aprender a conviver com a ausência, pois a presença física não é mais possível, mas suas lembranças estão em todos os lugares e situações. A ausência é uma presença constante que maltrata e tortura, mas pode ser transitória ou não. Só é preciso entender que saudade é o amor que ficou, e viverá para sempre dentro de quem amou, e estar preparado para aprender a viver este autoconhecimento. 

Dica da Semana

Livros

“Meu ado Me Perdoa – Memórias de uma Vida Novelesca”:
Autobiografia de Aguinaldo Silva. Editora Todavia. Vida e obra do consagrado autor pernambucano Aguinaldo Silva autor de várias telenovelas de sucesso, como “Tieta” (89), “A Indomada” (97) e “Senhora do Destino” (2004), dentre tantas. Narra sua vida no Recife de “menino feio, esquisito e efeminado”, por suas próprias palavras, até a consagração nacional como um dos principais autores da Rede Globo de Televisão.


 

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