PUSKAS, O GORDINHO QUE FAZIA MÁGICAS 3u474x

Charanga Domingueira

3t6hv

COLUNA - Charanga Domingueira 5h5l3f

Data 05/02/2018
Horário 11:18

Vi Puskas jogar antes de ter visto Pelé. Fiquei estarrecido. Os jornais brasileiros começavam a falar de um menino de Bauru que vinha se destacando nos treinos na Vila Belmiro. Puskas já tinha uma Copa do Mundo em seu acervo, Copa que seu país perdeu e até muito por sua culpa. Jogou contundido na final diante da Alemanha. A partida em que o vi em ação pela primeira vez aconteceu no Pacaembu, em São Paulo e foi pelo rádio prudentino que a transmiti. Um jogo histórico e que envolveu uma série de fatos que ficaram na história do futebol. Houve, inclusive, ameaça da FIFA de eliminação do Flamengo, que foi o adversário da equipe do “major galopante”. Esse era o apelido de Puskas perante seus companheiros que tinham postos no exército húngaro para compensar o falso amadorismo vigente na Hungria. No Real Madrid ele era Pancho, apodo de Francisco (Ferenc), seu nome original. A vinda do Honved ao Brasil foi um verdadeiro drama. Assim como escrevi na Charanga anterior sobre a Primavera de Praga, também a Hungria já ara pelo dissabor de ver os tanques soviéticos desfilando pelas ruas de sua bela capital, Budapeste, um nome que une duas cidades, a Buda e a Peste, separadas pelo Danúbio. Os levantes na Hungria aconteceram durante 1956. Insuflados pelo discurso famoso de Krushev descrevendo os crimes de Stálin, o que motivou o despertar do desejo de liberdade que está sempre vivo no coração do homem os húngaros sonharam em ser livres. O ano foi pleno de movimentos libertários e a Hungria tentou sair do pacto de Varsóvia e livrar-se do agressivo guarda-chuva soviético. O Honved, clube de Puskas, representava o Exército do país e abrigava muitos jogadores que tiravam dali seu salário. Puskas sempre se pronunciou como apolítico e jamais fez parte de qualquer movimento. No entanto, notícias controversas chegaram a divulgar que havia morrido no início dos distúrbios. Político era seu grande amigo Bozsik, o capitão da equipe, deputado e membro do partido comunista. O Honved vinha de longa excursão e já saíra de novo para a Espanha onde enfrentaria o Bilbao pela Copa da UEFA. Com o levante no país o campeonato húngaro foi suspenso e os jogadores resolveram não retornar e continuar jogando para poder receber. Quando a Federação húngara exigiu o retorno da equipe os atletas se rebelaram. Como voltar se não havia campeonato na Hungria? Foi aí que surgiu o convite para virem ao Brasil. E que permitiu que na noite de 26 de janeiro de 1957 eu pudesse testemunhar e narrar as maravilhas que vi de um craque que até então e pelo que ali narrei era o melhor da história do futebol. Depois, quando vi Pelé em ação constatei que estava enganado.

Publicidade

Veja também 3r422j

Esportes 5v1a1n

Notícias Alta Roda

Turismo 1h5a49

Notícias Diário de Bordo

Guias 1z2e5

Todos Comer e Beber
ANUNCIE AQUI

Segurança 2a2g3x

Site Seguro

Redes Sociais 2r6b2w

Associado: 545j4