Por uma cultura viva e democrática em Prudente 3b3b1k

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OPINIÃO - Helber Henrique Guedes f6m6x

Data 24/05/2025
Horário 05:00

Em Presidente Prudente, cultura não falta. O que falta — e grita — é estrutura pública que a sustente com legitimidade, transparência e participação. O que temos hoje é um conjunto de iniciativas desarticuladas, uma rede institucional fragilizada e, pior, uma condução autoritária no espaço que deveria ser o mais plural e democrático de todos: o Conselho Municipal de Política Cultura.
Depois de anos de mobilização popular, leis aprovadas, fundo cultural instituído, ainda vivemos sob o risco de termos apenas um “esboço” de Sistema Municipal de Cultura. E não é por falta de ideias. É por resistência à escuta.
Ao longo dos últimos meses, diferentes artistas, coletivos, produtores, têm questionado a atual estrutura do Conselho. Eleições sem atas de registro, tentativas de silenciar vozes críticas e até denúncias formais contra conselheiros que ousaram discordar da condução vigente. Isso não é só um problema de gestão. É um problema de democracia.
Eu mesmo, como representante da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Agente Territorial de Cultura pelo Ministério da Cultura, fui alvo de denúncias infundadas — ao Ministério Público, ao Conselho, à opinião pública. O motivo? Ter me posicionado contra irregularidades, defender mudanças no estatuto, propor a inclusão de Pontos de Cultura na composição do Conselho e fortalecer a escuta nos territórios. Em vez de diálogo, recebi acusações. Em vez de debate, retaliações. Mas não me calaram — e não vão calar as vozes que se levantam por uma cultura viva, descentralizada e comprometida com o bem comum.
Não falo só por mim. Falo com quem ocupa as praças, realiza oficinas nas periferias, escreve, canta, borda, planta, filma, dança, protesta, pensa e resiste por meio da arte. Falo com os que acreditam que a cultura não é favor, mas direito. Que conselho não é cargo, é compromisso. Que política cultural não pode ser gerida como patrimônio privado, mas como projeto coletivo.
O momento é grave. E ao mesmo tempo, é fértil. Está em curso a construção do Plano Municipal de Cultura, que precisa refletir a cidade real — com sua diversidade de práticas, linguagens e territórios. E não há plano legítimo sem escuta real, sem representatividade verdadeira, sem participação de quem faz a cultura acontecer no cotidiano.
O que está em jogo não é um assento à mesa. É a integridade de uma política pública que, se for ferida por dentro, perde sua capacidade de transformação.
É hora de reorganizar o Conselho Municipal de Políticas Culturais com base na legalidade, na escuta e na pluralidade. De rever práticas excludentes, de garantir processos transparentes e de abrir espaço para novas vozes. É hora de transformar a cultura em política de Estado — não de grupo.
A cultura de Presidente Prudente pulsa. Ela existe, resiste e sonha. E merece ser tratada com a dignidade que só a democracia pode oferecer.
 

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