Ontem ou a valer a determinação do Estado de São Paulo que permite a volta opcional dos alunos às aulas presenciais. Em Presidente Prudente, a única cidade da região, conforme a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial Estado de São Paulo), que não adiou o retorno das aulas presenciais para 2021, as escolas particulares já iniciam movimento de retorno. Levantamento realizado pelo Sindicato das Escolas Particulares de Presidente Prudente mostra que o Colégio Cristo Rei já retornou às atividades e outras escolas planejam receber alunos entre o fim desta semana e o início da próxima (o sindicato cita o Colégio Braga Mello [dia 9], Colégio Criarte e Colégio Átomo [dia 14]).
Já as escolas estaduais e municipais, também autorizadas a voltar com aulas presenciais pelo Plano São Paulo, não retornarão, ainda, em Prudente. A Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual de Educação informou à reportagem que ainda estão ocorrendo reuniões entre dirigentes de educação e diretores de escolas estaduais para a elaboração de um plano com a dinâmica de retorno, sem prazos estabelecidos.
As regras para este retorno, impostas pelo governo estadual, as quais todas as escolas precisam seguir à risca, são: “Nas redes privadas e municipais, a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental podem ter até 35% dos alunos por dia em atividades presenciais. Para os anos finais dos ensinos fundamental e médio, o limite máximo é de 20%. Na rede estadual, só é permitido o atendimento de até 20% em todas as etapas”.
Sendo a primeira escola, em Presidente Prudente, a retornar com atividades presenciais, o Colégio Cristo Rei, por meio da coordenadora pedagógica da Educação Infantil e Ensino Fundamental 1, Ana Luisa Iegas Pacito, 46 anos, afirmou ter sido, este primeiro dia, uma “grata surpresa”. Segundo ela, os alunos, nos quais incluem-se desde crianças de dois anos até adolescentes do 3° ano do ensino médio, se mantiveram com afinco nos protocolos sanitários.
“Eles ficaram com a máscara o tempo todo e entenderam que precisavam manter o distanciamento”, informa a coordenadora, ciente de que esta primeira experiência de aula desde meados de março, tranquilizou professores e funcionários a respeito do comprometimento dos estudantes.
Mas, em se tratando de uma pandemia, não só etiqueta higiênica é suficiente. Vários protocolos foram adotados pelo colégio. Ao entrar na escola, por exemplo, os alunos têm temperatura medida, mãos higienizadas com álcool em gel, pés limpos com os tapetes sanitizantes e mochilas desinfetadas com álcool 70% líquido.
Para além, na primeira semana, vista como adaptação ao novo normal das salas de aula, o Cristo Rei optou em receber 20% dos alunos de todas as turmas, dividindo-os em três grupos que revezarão a presença durante a semana. Na próxima semana, toda a escola começa a operar conforme a determinação do Plano São Paulo, com 35% de presença do infantil ao fundamental II. Mesmo assim, Ana Luisa reitera que será necessário rodízio, visto que, em pesquisa realizada pelo colégio, de 60% a 70% dos alunos desejaram retornar presencialmente. Os demais seguem calendário de ensino presencial remoto.
Sobre a retomada das aulas nas escolas públicas estaduais, ainda que não tenham voltado e sem data para tal, a Prefeitura de Presidente Prudente se posiciona dizendo que decidiu permitir o retorno das aulas presenciais nas unidades de ensino médio da rede estadual, em especial aos terceiros anos, a pedido da própria Diretoria Regional de Ensino, a qual garantiu que há condições para que essa retomada facultativa seja feita. A maior queixa apresentada pela Diretoria de Ensino é que muitos alunos precisam da escola neste momento decisivo, que é da escolha profissional, uma vez que eles prestarão vestibulares e Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). “Além disso, a Diretoria de Ensino garantiu ter recebido os materiais para que sejam cumpridos os protocolos de higiene e segurança nas unidades”, informa a Prefeitura.
A reportagem não conseguiu contato com o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Presidente Prudente, Antonio Batista Grosso, até o fechamento desta matéria, para repercutir o retorno presencial da aulas.
Fotos: Cristiane Tamaoki/Cedidas
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