Autossabotagem financeira 1a651c

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OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves 3y704

Data 01/06/2025
Horário 04:30

É comum, no desespero de equilibrar as contas ou sair do sufoco, acreditar que a única solução está em ganhar mais. Aumentar o faturamento virou quase uma obsessão nos negócios. Mas e se o problema não estiver na quantidade de dinheiro que entra, e sim na forma como ele é tratado quando entra? E se a raiz da dificuldade for mais comportamental do que financeira?
Existe algo invisível, mas poderoso, operando por trás do resultado de muitas empresas: o termostato financeiro. Um mecanismo psicológico que regula o quanto cada pessoa — e, por consequência, cada empresa — ganha, guarda e gasta. Assim como o ar-condicionado se esforça para manter a temperatura ajustada, nosso comportamento se adapta para manter o padrão definido internamente.
Obviamente, este termostato mesmo que “bem regulado” pode enfrentar fatores de força maior, imprevistos e urgências que negativam os resultados. É como ligar um ar-condicionado ao ar livre. Contudo, a tendência será sempre ajustar ao que está programado.
Isso reflete nas empresas. Faturar mais, em muitos casos, apenas amplia o problema. Colocar mais dinheiro em uma estrutura interna programada para perder — com erro na precificação, sem conhecer o ponto de equilíbrio, custos, cultura forte ou liderança — é como jogar gasolina no fogo. O problema não apenas continua, como também cresce.
É importante fazer uma distinção clara aqui: estamos falando de gastos e falta de estratégia, e não de investimentos planejados que agem como motores de crescimento. O problema está nos gastos automáticos, impulsivos, mal justificados — viagens desnecessárias, compras de “status”, contratação de pessoal sem critério, promoções sem retorno. Tudo isso mina a saúde do negócio.
Um dos fatores que mais levam empresas à insolvência é a falta de consciência sobre os mecanismos de autossabotagem instalados na gestão. Sem autoconhecimento empresarial, decisões equivocadas se repetem, padrões destrutivos se mantêm e os sinais de alerta são ignorados. Reconhecer esses comportamentos é o primeiro o para quebrar o ciclo e construir um plano de ação eficaz. 
No fim, a maior ameaça ao caixa não vem necessariamente de fora — vem de dentro. Não é a crise, nem o concorrente, nem os juros altos: é a própria empresa, sabotando sua saúde financeira por decisões impensadas, impulsos justificados como estratégia e a falta de autoconsciência. A autossabotagem financeira é silenciosa, mas implacável. E só desaparece quando o problema é enfrentado de frente.
 

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