Na segunda-feira, o presidente da Câmara Municipal de Presidente Prudente, Tiago Oliveira (PTB), que esteve na tarde desta sexta-feira na sede da Cooperlix (Cooperativa de Trabalhadores de Produtos Recicláveis de Presidente Prudente), na companhia do vereador João Barbosa Ferreira, Joãozinho da Saúde (DEM), notificará as Comissões Permanentes de Fiscalização e Controle e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para acompanharem mais de perto a situação das 90 famílias que trabalham na cooperativa e estão ando necessidades por conta do atraso do ree no valor de R$ 113 mil mensais que é feito pela Prefeitura.
Segundo o Departamento de Comunicação da Câmara, o presidente acionou o Executivo, e recebeu a resposta de que não há data definida para que o ree seja feito, logo, ele enfatiza que continuará cobrando o governo municipal. Em nota, a Prefeitura declara que compreende a importância do serviço prestado pela cooperativa, e que tem se empenhado para garantir os rees mensais mesmo diante de um momento de contenção de despesas.
“Cabe ressaltar que somente o ree de setembro está pendente, e que o valor é um auxílio para manutenção da Cooperlix, não devendo ser utilizado para pagamento de salários”, expõe o Executivo municipal. Acrescenta que o secretário de Meio Ambiente, Fernando Luizari Gomes, esteve reunido com representante do Ministério Público para dialogar sobre a situação e demonstrar a preocupação do poder público para com a cooperativa e o que tem feito para regularizar os rees o mais rapidamente possível.
Conforme a Câmara, esses trabalhadores se encontram em “situação calamitosa”, primeiro pela falta dessa ajuda financeira, além do fato do preço dos recicláveis terem caído muito. O papelão, por exemplo, que custava R$ 0,80 está R$ 0,20. Ou seja, um quarto do valor que era comercializado.
Outra coisa que o Legislativo pretende analisar junto à Prefeitura é a questão de atualização desse ree que, ao que tudo indica, “há muito tempo não é feita”. O que também é um problema.
“O que a Câmara pode fazer é exercer essa força, que é um instrumento de pressão do Poder Legislativo, para cobrar esse pagamento e colocar em prioridade essas pessoas, que precisam disso para o seu sustento”, coloca a Câmara.
A Casa de Leis expõe que, às vezes, as pessoas acabam achando que o Legislativo pode intervir de alguma maneira. Mas quem intervém é só o Executivo Federal em Município ou Estado. “O Legislativo pode cobrar, ele exige, ele exerce o seu poder de pressão. Como, por exemplo, ficar cobrando, fazendo ofício, levar a imprensa para o local para que se resolva esses problemas. O Poder do Legislativo é um pouco mais moroso. É uma pressão que vai se realizando. Às vezes acontece rápido, às vezes não”.
Segundo a cooperada Maria Aparecida Assis Silva, ou Cida Assis, como é conhecida pelos amigos, o ree já vinha em atraso, há três meses, mas nesse extrapolou, porque hoje já é dia 29 e até agora não chegou nada. “Nos outros meses a gente conseguiu se virar, mas praticamente estamos no final do mês, já tem outro ree. E não recebemos nada. Sem esse dinheiro dificulta tudo. Tinha gente ali sem nada pra comer em casa. Ainda bem que veio essa ajuda de fora com as cestas”, acentua a cooperada.
Ela diz que do lucro do último mês, após descontados os custos, maquinários, combustíveis e toda a operação, restou pouco mais de R$ 600 para cada família.
Ao tomar conhecimento das dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores da Cooperlix, um grupo de amigos iniciou nesta semana uma campanha solidária, com o objetivo de arrecadar recursos para a aquisição de cestas básicas para as famílias. E eles fizeram essa entrega de 90 cestas na tarde desta sexta também.
“Vi a dificuldade dessas pessoas e convidei alguns amigos empresários, como o Murilo Gomes Anholeto, Guilherme Piai, Celmir Norbiato, Babu da Cohab, Mateus Kalil, Júlio César de Moraes, que toparam entrar nessa ação. Inúmeras pessoas da cooperativa entraram em contato comigo e graças a Deus conseguimos ajudar pelo menos um pouco”, menciona Jefferson.
Foto: Cedida
Amigos fizeram a entrega de 90 cestas básicas aos cooperados
