A (re)invenção do Jornalismo 6m482d

3t6hv

OPINIÃO - Thaisa Bacco 6t6w2d

Data 28/07/2022
Horário 05:00

Acabo de retomar a leitura do livro do jornalista, pesquisador e professor, José Marques de Melo (1943-2018) - que tem o mesmo título desse artigo - para me preparar para escrever sobre a melhor profissão do mundo para um congresso latino-americano. Não poderia retomar num momento mais propício e quero compartilhar com você essa breve reflexão.
Faço isso porque tem gente ainda querendo me convencer que Jornalismo é qualquer outra coisa senão uma práxis cuja responsabilidade e ética são matéria-prima de seu processo. Jornalismo não vende (almas, imagens, e toda sorte de produtos comercializáveis). Jornalismo liberta e o valor de seu “produto” não é numérico.
Jornalismo liberta da ignorância, da desinformação, do ódio e da prisão política, social, cultural e, especialmente, econômica. Dessa forma, se tem gente vendendo, alienando, desinformando, comercializando mentes e corações, e dando o nome a essa prática de Jornalismo, fique atento. Que façam o que quiserem para ganhar dinheiro (se assim a consciência permitir), mas me chame para o debateantes de denominar de Jornalismo uma prática que não é.
Assim, não interessa gastar a mancha do papel com o que “não é”, mas sim, com “o que é”. E o próprio jornalismo tem ferramentas para o processo de apuração que traz essa resposta.
O primeiro o no processo de apuração de uma notícia é sempre a pergunta “o quê?”. É identificar o objeto da investigação, a notícia, que consiste no fato em si e suas diferentes versões. Processo jornalístico só se faz a partir daquilo que, verdadeiramente“é”, e não a partir daquilo que “gostaríamos que fosse”. Portanto, se a partir da investigação jornalística constarmos que o fato “é”, podemos seguir em frente. Se “não for”, vamos denominar essa prática de qualquer outra coisa, menos Jornalismo. 
É fácil de entender: se uma informação falsa foi divulgada, ainda que por meio de um veículo de comunicação, não significa que tal prática é jornalística, pelo contrário, não é. Assim como em outras áreas do conhecimento, os profissionais falham, no entanto, o equívoco de uma pessoa não justifica o escracho da reputação daquela área profissional.
Buscar as respostas para outras perguntas como “quem?”, “quando?”, “como?”, “onde?” e “por quê?”, são os próximos os da apuração jornalística. Quando não se tem essas respostas ou respostas são inventadas em troca de algo e uma informação circula, também não se faz Jornalismo, mas se pratica algo que poderíamos chamar de “@#%*!” (deixa pra lá, leitor, cada um é responsável por aquilo que cativa).
Neste cenário, o Jornalismo com J maiúsculo (como todas as demais ciências) se reinventa para combater o movimento da desinformação, pelo qual não é responsável. Ao contrário, é a única atividade profissional legítima que funciona no sistema contrário, checando e combatendo as falsas notícias. 
Jornalismo informa e, consequentemente, liberta, pois possibilita que as pessoas pensem por si só e não tenham a mente cooptada por um sistema ou aprisionada em uma bolha. Para tanto, o Jornalismo sempre se (re)inventou no que diz respeito aos seus processos, mas nunca na finalidade. 
 

Publicidade

Veja também 3r422j

Esportes 5v1a1n

Notícias Alta Roda

Turismo 1h5a49

Notícias Diário de Bordo

Guias 1z2e5

Todos Comer e Beber
ANUNCIE AQUI

Segurança 2a2g3x

Site Seguro

Redes Sociais 2r6b2w

Associado: 545j4