“Mãe é quem fica” 3e632w

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OPINIÃO - Maria Angelica Amoriello Bongiovani 4m6u3y

Data 09/05/2025
Horário 05:00

Em tempos tão velozes, em seu conceito “Modernidade Líquida”, o filósofo e sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, nos presenteia com os seguintes pensamentos: “Em uma vida moderna liquida não há laços permanentes, e qualquer coisa que seguramos por um tempo deve ser amarrada vagamente, para que os laços possam ser desatados novamente, tão rápido e tão facilmente quanto possível, quando as circunstâncias mudarem”. 
Ele enfatiza que “as redes sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar controvérsia”. Também que “as plataformas de interação social reprimem as habilidades sociais”... e que, “É tão fácil adicionar e deletar amigos que as habilidades sociais não são necessárias neste ambiente” ..., “Para mudar o mundo, os jovens precisam trocar o mundo virtual pelo real”.
 Refletindo sobre esses pensamentos, pensei na bolsa, não a bolsa de dinheiro, a bolsa intrauterina, a da “barriga de minha mãe” quando lá permaneci nove meses. Um tempo preciso e necessário para eu estar hoje aqui, escrevendo. Na correria bate sempre uma sensação nostálgica, de repente vem a imagem de minha mãe em minha mente. Ela já faleceu. Eu sinto que preciso parar e retornar no lugar de origem. Sinto que preciso andar igual à tartaruga e deixar o andar da lebre para lá. 
Fui ler sobre Cora Coralina, que uma amiga me enviou. Um poema para todas as mães, nesse dia tão especial. “Mãe é quem fica. Depois que todos vão. Depois que a luz apaga. Depois que todos dormem. Mãe fica. Nem sempre em presença física, mas mãe, sempre fica. Uma vez que você tem filho, o seu coração nunca mais estará inteiramente onde você estiver. Uma parte sempre fica! Fica neles. Se eles comeram. Se brincaram como deveriam. Se a professora da escola é gentil, se o amiguinho parou de bater, se o pai lembrou de dar o remédio. Mãe fica. Fica entalada no escorregador do espaço kids, pra brincar com a cria. Fica espremida no canto da cama de madrugada, pra se certificar que a tosse melhorou. Fica com o resto de comida do filho, para não perder mais tempo cozinhando. É quando a gente fica que nasce a mãe. Na presença inteira. No olhar atento. Nos braços que embalam, no colo que acolhe. 
Mãe é quem fica. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo vai embora. Quando as certezas se desfazem. Mãe fica. Mãe é a teimosia do amor, que insiste em permanecer e ocupar todos os cantos. É caminho de cura. Nada jamais será mais transformador do que amar um filho. E nada jamais será mais fortalecedor que ser amado por uma mãe. É porque a mãe fica, que o filho vai. E no filho que vai, sempre fica um pouco da mãe: Em seu jeito peculiar de dobrar as roupas. Na mania de empilhar a louça só do lado esquerdo da pia. No hábito de sempre avisar que está entrando no banho. Na compaixão pelos outros. No olhar sensível. Na força para lutar. No coração do filho, mãe fica”. 
Quero terminar homenageando todos os filhos ou filhas que já sepultaram suas mães e as mães que sepultaram os seus filhos. Penso que não há dor maior. Um abraço caloroso e afetivo.
 

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