O longa-metragem conta a história e o legado do primeiro missionário católico japonês no Brasil. Com 58 anos, monsenhor Domingos Chohati Nakamura (1865-1940) veio do Japão em 1923 e, em 1928 se instalou em Álvares Machado, no sítio Guaiçara, com o objetivo de ajudar e evangelizar os imigrantes e descendentes radicados no país.
Os resultados desse trabalho incansável movido pela fé são os diversos milagres creditados ao missionário após sua morte em 1940 e a instauração, em 2009, de um processo de beatificação solicitado pela Pastoral Nipo-brasileira (Panib), que nos dias de hoje tramita junto ao Vaticano. A beatificação representa o primeiro o para que uma pessoa possa ser canonizada.
“Esta relevância, que o fez santo no imaginário popular, motivou, após relatos de graças, o processo de beatificação. Ficamos bastante felizes ao ouvirmos de clérigos que o documentário pode ser útil ao único processo de beatificação instaurado na Diocese de Presidente Prudente”, relata o jornalista e repórter do filme, Vinícius Coimbra.
Apesar de ter como figura central um padre, os autores asseguram que a produção não é religiosa. “Nossa intenção desde o início foi criar um documentário que tivesse relevância entre a população do oeste paulista'', explica a jornalista e diretora de produção, Letícia Petile. “Minha impressão é de que o filme pode ser útil para a sociedade em vários aspectos, na educação, na cultura e na religião também”, completa a jornalista e diretora de arte, Victoria Domingos.
O padre partia de Álvares Machado para realizar missões itinerantes, percorrendo longas distâncias de maneira precária a fim de visitar colônias japonesas e dar e espiritual no interior de São Paulo, Sul de Minas Gerais, Norte do Paraná e Mato Grosso do Sul. “Esse trabalho não só fala da história de um homem, mas também de um povo. O documentário organiza todos esses acontecimentos e entrega mais do que um filme, uma súmula da história”, aponta o jornalista e diretor de fotografia, João Lucas Martins.
O conteúdo reúne 21 entrevistas em 22 horas de gravação. Dentre os entrevistados estão figuras como Dom Ettore Capra, postulador da causa de beatificação do monsenhor Nakamura no Vaticano, na Itália, e o padre João Batista Aoki, estudioso da história do missionário e ligado à causa da beatificação, diretamente de Tóquio, no Japão. Essas duas entrevistas foram gravadas com a ajuda de colaboradores.
O documentário ainda conta com materiais de arquivo históricos cedidos pela TV Fronteira e jornal O Imparcial, além de uma trilha sonora original, produzida exclusivamente para o filme.
Com aproximadamente duas horas de duração, “Estrela da Manhã” foca nas realizações do padre entre os anos de 1928 e 1940. “Trata-se de um longa-metragem que a cada minuto traz novas informações sobre a história do missionário. Apesar de exaustivo, este trabalho de apuração é a alma do filme”, orgulha-se Marco Vinicius Ropelli.
“Monsenhor Nakamura não só falava de Deus e pregava o evangelho de nosso senhor Jesus Cristo, ele vivia aquilo que pregava. Então quando se fala sobre a sua aura de santidade podemos traduzir isso para o seu testemunho”, explica padre Jurandir Lima, um dos responsáveis pelo processo de beatificação.